Resenha do livro “ O Quinto Compromisso”
O livro “O quinto compromisso”- Um guia prático para o autodomínio, 2010, de Don Miguel Ruiz e seu filho, Don José Ruiz, 2010, tornou-se um Best Seller mundial, e ganhou destaque e repercussão no famoso programa de Oprah Winfrey da TV americana. Foi escrito para completar os ensinamentos do livro “Os quatro compromissos” também de autoria de Dom Miguel Ruiz. São descritos os preceitos básicos do ensinamento da filosofia tolteca, um povo antigo da civilização mexicana, para a descoberta de nosso verdadeiro “EU” , nossa essência divina. Através da insistente colocação destes ensinamentos, os autores tentam a todo instante, através da repetição, gravar em nosso subconsciente, tais preceitos, e fazer com que os tenhamos como nova realidade. É um livro de poucas páginas, descrito na primeira pessoa, dividido em capítulos, que facilitam a leitura e tentam fechar o assunto em questão. É feita uma apresentação inicial, onde o povo tolteca é apresentado junto com o próprio autor. A partir de então, nos é dada uma visão crítica de nosso aprendizado – domesticação, a partir de nosso nascimento até a idade adulta. Descreve a influência dos símbolos em nossa formação, na constituição de nossas verdades internas. Traduz símbolos, como formatações de ideais, ensinamentos enraizados e conhecimentos adquiridos através da educação obtida de nossos pais, parentes, professores, amigos e sociedade. Os símbolos, a palavra falada e escrita, nos são impostos como verdades inquestionáveis, já que são transferidas de geração a geração. Evidencía o nosso estado mental, como de sonho permanente, pois somos artistas e estamos em todo instante sonhando, construindo nosso mundo interno. Isso quer dizer que vivemos em nosso mundo próprio, onde temos nossas verdades distorcidas da verdade original. São verdades que não necessariamente em sua vocação está nos fazer algo de mal, mas simplesmente são absorvidas por nós e armazenadas em nosso subconsciente, e que irão nos acompanhar por grande parte de nossa vida. Essa nossa programação mental é feita através de nossa aceitação do que nos é informado. Como a informação vem de pessoas que detém autoridade sobre nós, prontamente aceitamos estes símbolos, estas opiniões, estes conhecimentos, como verdadeiros para nós. E passamos a sonhar, a viver, influenciados por estes conhecimentos. Tais conhecimentos formam este nosso mundo próprio, este nosso sonho. São visões distorcidas, já que cada um tem um ponto de vista, um ângulo de visão. Representamos, de acordo com nossos conhecimentos adquiridos, e cada um de nós traça um caminho a partir destes. Por isso o constante choque entre realidades entre duas ou mais pessoas. Cada qual tem seu mundo interno, seus valores distorcidos, gerando todos os problemas de relacionamento das pessoas. Temos nossas crenças, nossa religião. E fazemos destas nossas verdades. Propõe, então, princípios básicos para conseguirmos desaprender, isto é, nos livrar dos símbolos enraizados e passar a encontrar nossa verdadeira missão, nosso eu verdadeiro, nossa essência divina. Oferece técnicas de programação mental para alcançarmos este autodomínio. Técnicas que envolvem a constante prática dos cinco compromissos propostos. Com esta prática, poderemos evoluir em nosso sonho, possibilitando a geração de uma vida com felicidade, entendimento e realização. Prática que proporciona um melhor entendimento nas interações do dia-a-dia, e nos dá condições de entender o próximo, e com isso não mais cobrar, e nem tirar conclusões, voltando a ser como éramos antes de nos inundar com estes símbolos. Só assim conseguiremos encontrar nossa verdadeira missão. O livro é cativante, desde o principio, pois através da repetição constante da informação, faz com que gravemos os ensinamentos. Promove uma verdadeira revolução em nosso pensamento. Através de uma projeção simples entre duas palavras - dois símbolos, podemos perceber a distorção radical que fazemos de todas as verdades originais, através da captação de conhecimento – substantivos e adjetivos – em nossa formação original, quando entramos neste mundo, recém-nascidos, não conhecemos adjetivos, apenas substantivos. O mundo é como ele é e sempre foi. Uma árvore é uma árvore, uma casa é uma casa, um rosto apenas um rosto, um corpo apenas um corpo. A partir de então passamos a adjetivar tudo, e as verdades passam a ser distorcidas e enraizadas de forma pessoal e também influenciadas por outras pessoas. A árvore passa a ser feia, a casa passa a ser pobre, o corpo passa a ser gordo. E o que é feio pra um pode não ser feio pra outro. Isto não é verdade e sim distorção. É como se comessemos um prato de sopas de letrinhas, e com elas antes de engolir, formássemos palavras como dor, guerra, destruição. Não seria melhor amor, carinho, felicidade? São cinco compromissos a primeira instância difíceis de serem cumpridos, mas se cada qual for praticado com zelo e assiduidade, podem ser convertidos em uma nova etapa de vida. Se vamos continuar a sonhar, cada qual em seu mundo interior, então que possamos fazer de nosso sonho, algo prazeroso, que nos desperte a nossa verdadeira missão aqui na terra. Ser feliz. Aprender a amar. Honrar nossas opiniões, pensar só em boas coisas, e assim transmitir palavras boas, não nos vitimar, não fazer de nós mesmos o palco da opinião de outras pessoas. Entender que cada qual tem seu mundo interno, e seu sonho, e que cada qual tem a certeza de que suas verdades são superiores. Sempre seguir em frente com dedicação, duvidar de tudo, saber ouvir – só assim poderemos desaprender, voltar ao mundo original, verdadeiro, que nos cerca. Recomendo este livro a todos aqueles que queiram adquirir um anti-conhecimento, fazer uma anti-escola, aprender um desaprendizado, promover uma volta ao útero, viver um reinicio, surgir de um novo despertar. Recomendo a pessoas que queiram mudar de papel em seus sonhos, que queiram parar de fazer o papel da vítima, e passem a fazer o papel de guerreiros da insistência, de mestres da atenção e enfim de visionários de novas intenções. Pessoas que queiram voltar a ser mensageiros de luz. E que se proponham a começar a mudar o mundo, começando pelos seus próprios.
Osmy Figueiredo Junior